O pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo é uma comparação entre dois passados em uma mesma frase. Como se fosse o passado do passado. Essa comparação pode ser explicita ou implícita.
Para não se esquecer que se trata de uma comparação, note que na expressão “mais-que-perfeito”, já está se fazendo uma comparação com o perfeito, ou seja, significa que é algo a mais que o perfeito, algo a ser comparado com alguma coisa que existe e que possui informação a mais para se oferecer, e assim, se diferenciar. Difícil?
Vamos aos exemplos que tudo ficará muito mais fácil.
“Quando Maria subiu no palco, João já se apresentara.”
Primeiro passado da situação: João se apresentou antes da Maria.
Segundo passado da situação: Maria subiu no palco depois de João.
“Ele foi aprovado no vestibular, pois estudara com muito afinco.”
Primeiro passado da situação: o sujeito estudou com muito afinco.
Segundo passado da situação: o sujeito foi aprovado no vestibular.
“Messi entrou em campo, quando Neymar Junior já fizera o gol.”
Primeiro passado da situação: Neymar Junior já havia feito o gol.
Segundo passado da situação: Messi entrou em campo.
Esse tempo verbal também pode indicar uma situação incerta. Seu uso é mais comum em poemas e exclamações clássicas, sobretudo em histórias de épocas antigas, como de obras literárias que remetem ao Brasil Colônia, período imperialista ou romances do passado. Atualmente não é comum o seu uso na linguagem oral do dia a dia, mas não é proibido ou impossível que isso aconteça.
Vejamos agora um exemplo de conjugação, para melhor compreensão, através do verbo apresentar:
Eu apresentara
Tu apresentaras
Ele/Ela/Você apresentara
Nós apresentáramos
Vós apresentáreis
Eles/Elas/Vocês apresentaram
Para conjugar qualquer verbo no tempo do pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo, você eliminará a terminação “am” do plural do pretérito perfeito e adicionará o sufixo correspondente.
Exemplos:
falar: eles falaram – eu falara
comer: eles comeram – eu comera
amar: eles amaram – eu amara
dizer: eles disseram - nós disséramos
cantar: você cantara – vocês cantaram
brigar: eles brigaram – nós brigáramos
latir: eu latira – vós latíreis
Outras situações mais raras em que o pretérito mais-que-perfeito simples poderá ser utilizado:
1. Para indicar um fato que está vagamente situado no passado:
“Ela casara, tivera filhos, mas isso jamais fora o bastante para esquecer Marcos.”
2. Para indicar uma situação do passado, quando se deseja reforçar um pedido ou uma afirmação:
“Demi fora até a porta para convencê-lo a ficar com ela.”
3. Em algumas situações exclamativas:
“Pudera! Você só sabe reclamar.”
Recapitulando
Esse tempo verbal já foi usado na linguagem do dia a dia em épocas passadas. Atualmente é muito difícil encontrar alguém que utilize o tipo simples do pretérito mais-que-perfeito na linguagem oral. Você o encontrará em linguagem literária, sobretudo em poemas. A maior parte das situações indicarão esse tempo verbal em referência a um passado que aconteceu anteriormente a outra situação passada.